quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A esperança de um seco molhado...



É dificíl querer não enxergar
o mundo, infinito, ou qualquer lugar.
Desde quando vi o choro da menina,
que a cada dia suporta aquela sina,
no peito sente a vontade,
de cantar a liberdade,
de respirar ares de esperança,
de querer viver a infância,
suas lágrimas aceitas,
para matar sua sede insatisfeita,
não adiantaria me fechar para o mundo;
se este filme passa na mente a cada segundo.
Daquela menina, que não se tem mais paladar,
que foi se perdendo tão bruscamente no infinito solar.
E o Mandacarú em um estado perdido,
Olhando para o céu e pedindo,
para Deus as gotas abençoadas
que moram entre as nuvens desenhadas,
e dessa oração, Mandacarú, quer que o Pai escute
para que o cheiro seco da morte vista mude
um pedido, uma súplica, um entoamento,
para que o Sol saia desse seco sentimento,
Mandacarú só quer assistir enchurrar,
do céu cachoeira, para apagar,
linhas secas desenhadas no chão
para aquela menina ter uma nova visão,
Especialmente para a menina, que foi se secando mais que a lei do deserto,
e os olhos rachados de misericórdia para um destino incerto,
onde as folhas são de cor amarronzada,
mostrando para ela seu futuro e mais nada.

(Ana Tramontano)

Um comentário:

O Velho disse...

Belo poema, meu amor!

Essa menina ainda vai enxergar a luz do sol. Deve ser por isso que ele está constantemente lá no séu, quase sufocando com sua presença brilhante!

Te amo!

;-)