sábado, 20 de dezembro de 2008

No final das contas...





Faz já uma semana, em que aqui dentro passa uma sensação diferente, há tantas coisas que acontecem na vida da gente tão importantes e que deixamos até mesmo passar despercebido, vejo que nas coisas mais simples da vida é que estão os grandes ensinamentos...
Estou a um tempo querendo entender o que se passa no coração do ator, o que se tem lá dentro de tão mágico, a cada vez que entro no palco sinto essa magia, mais é difíil descrevê-la.
Vou tentar...







Estréia, espetáculo " Anjos Pornográficos " (adaptação dos textos de Nelson Rodrigues)
Depois de livros de quase 200 páginas por semana, textos a serem estudados sobre o autor, chegou o grande dia.
Dobrando os figurinos, como se segurasse pétalas nas mãos arrumei todos entre meu espaço nas cochias. Comecei a desenhar o meu rosto com o sabor doce da personagem. Chegando então os últimos minutos, dava pra ver, lá das cochias, atrás das cortinas pretas, as cabecinhas curiosas se acomodarem, para assistir o que o grupo estava guardando este tempo todo, simplesmente o que fiz era abrir os braços ali mesmo e dizer:
- É agora!
Abracei a todos os companheiros de cena para sentir cada um.
E finalmente...







Palco, consciência, corpo, texto, voz, personagem, arrepio, surpresa, beijos, diálogo, risos, tesão, entrega, prazer, companheirismo, dança, movimento,arte, mundo novo, susto, olhos arregalados, trabalho, suor, satisfação e Aplausos... Aplausos...
Abraços...sorrisos...
Digo a todos vocês queridos leitores, foi a maior estréia da minha vida...
Nunca me senti tão satisfeita assim em uma estréia, e ainda mais por ter um público em dobro!!!
Foi um impulso muito grande para concluir a temporada de mais 2 apresentações.







Chegou o segundo dia, tudo do mesmo jeito, eu nem acreditava que o grupo tinha consiguido manter o que tinha conquistado, foi perfeito mágico!!!







Terceiro dia...
Ai... ai...
PURA CORRERIA, o espetáculo começava as 19:00 h e estávamos ainda ensaiando as 18:50, maquiagem borrada, descussão, ator atrasado, o texto fugia, figurino pra passar, cabelo sem pentear, corre de um lado e corre do outro cadê a voz?? Sem ser trabalhada.
O que está acontecendo???
Não sabia eu, apenas entrei, apenas entrei, apenas entrei o espetáculo todo, abri a porta para o medo, o nervosismo tomou conta, e toda vez que eu voltava para a cochia dava vontade de chorar, e em um desses momentos me veio uma voz, de muito leve sussurrar entre meus ouvidos dizendo:
- Esperança...esperança...
Tapei os ouvidos como se aquilo fosse moscas que encomodavam, não queria ouvir.
Pensei eu que íamos fechar com chave de ouro, mais não...
Cheguei em casa coloquei meu namorado para dormir, e assistindo a minissérie, eu me perguntava várias vezes, o porque não foi como as outras?
A minissérie acabou, desliguei- me de tudo e queria apenas estar ligada a mim mesma, de repente me veio tudo, tudo o que o grupo passou nestes anos, e em outros espetáculos, entendi que era um propósito da vida, que essa última apresentação fosse um pouco diferente.


No final das contas...
Me senti satisfeita mesmo assim, foi mais um simples ensinamento da vida que poderia ter até passado despercebido, mas adquiri, e uma coisa que eu me arrependo, apenas essa, que poderia fazer toda a diferença...
É que não ouvi aquela voz...








Muito Grata, querido leitor....













Obs: Em breve fotos do espetáculo, aguardem...

Paz a todos!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008


















Hoje simplesmente o que se passa aqui dentro...

é o Silêncio...

como pluma, como vento, calmo e suave...

Silêncio, na verdade não se tem totalmente, mas já consegue sentir uma parte grande dele, e só existe quando Deus se faz presente...

Respiro fundo, e apenas o que ouço é o som da minha respiração, sinto o calor do vento e vejo mais forte a luz do coração...

Me sinto assim...